terça-feira, 14 de abril de 2009

A Estrada


Olhando lá do alto tinha-se a impressão de ser uma simples estrada de terra batida, ora se confundindo com um rio vermelho, ora se assemelhando a uma cicatriz que marcava a paisagem verde. Ao pisar naquela estrada, vi que as primeiras impressões eram absurdas. Aquela estrada era magnífica. A chuva deixara aquela estrada com um vermelho ainda mais intenso, perigoso e convidativo. Eu, moleque e com um espírito aventureiro (embora esse se mantenha escondido na maior parte do tempo), me arrisquei. Comecei a caminha por ali, sem saber que rumo seguir. Não tinha noção de qual seria meu destino. Uma cidadezinha do interior? Uma outra estradinha de chão? Uma rodovia federal movimentada? Era inútil questionar. Decidi apenas segui-la e ver aonde iria me levar.
Caminhei horas, que mais pareciam anos, de cabeça baixa. Pessoas passaram e não as dei importância, pois, na minha jornada, era eu e nada mais. Estava isolado do mundo ao meu redor. Num gesto de impulso, levantei minha cabeça e com uma certa curiosidade, tentei visualizar o fim da estrada, que continuava a cicatrizar as montanhas dali. Em vão. Só vi uma intensa neblina que era típica naquele horário. Mais uma vez abaixei minha cabeça e segui, ignorando as pessoas e indeciso sobre o ponto final da caminhada. Quando me cansei, procurei olhar ao redor e admirar onde estava, mas, pro meu espanto, estava de volta ao ponto inicial. Ali sentei em algo que antes já fora um cupinzeiro e hoje é apenas um monte de terra. Me questionei. Sabia que tinha deixado algo importante para trás, embora não soubesse o quê. Ao tentar me lembrar da jornada, só me lembrei da estrada vermelha sob meus pés, que me levara de volta ao início, e das pessoas que ignorei. Talvez essas pessoas soubessem o caminho para onde eu devia seguir. Agora não dá mais ara contar com elas. O jeito é me levantar e continuar a caminhada.

3 comentários:

Giane disse...

a vista das janelas do fundo da casa da sua casa,que geralmente dá na mata!

Giane disse...

giane engraçadinha né?!hahaha
eu gostei do seu texto,apesar do meu comentario.mas sabe como é,mantenho a richa até devolver meu chaveiro.

.má oliveira. disse...

=/

quem eram as pessoas? hahaha