terça-feira, 7 de abril de 2009

Escuridão

Estava frio. A escuridão era companheira. Era fiel e permanente. Era triste. Por ela se ouvia os gritos de socorro dos sentimentos aprisionados. Era surreal com cenas imaginárias. Era inspiradora. Quis ser como ela, mas algo impediu. Ela sempre estaria em todos os lugares e isso eu não poderia fazer. Pela escuridão, pude te notar triste e amedontrada com aquela falta de luz.
Enquanto eu adimirava a beleza da escuridão, você chorava por medo da solidão. Enquanto eu via a paz naquele cenário preto, você via o terror. Ia de cada pensamento. O meu e o seu estavam em sintonias distintas. Eu estava em você enquanto você se preocupava apenas com a escuridão. A partir daí, fiz da escuridão uma amiga para me aproximar de você. Não adiantou. Quanto mais eu me aproximava, mais pavor eu via em seus olhos. Eu e a escuridão não éramos bem vindos ali. Notei que a escuridão realmente te assustava.
Seu medo era uma dúvida pra mim. Não conseguia entender como algo tão fiel e belo poderia ser tão maléfico para você. Resolvi então me afastar. Errei mais uma vez. A escuridão se mostrou ainda mais assustadora. A atacava com garras invisíveis, porém, cortantes. A machucava e lhe fazia sangrar. Em pouco tempo, essa escuridão lhe venceria. A partir daí, procurei meios de espantar esse seu medo. Tentei de tudo e nada adiantara. Você ainda continuava triste e amedrontada. Foi quando percebi, algum tempo depois, de que realmente precisava. Com um impulso abracei você. A segurei firme. "Não se preocupe. Estou aqui."

2 comentários:

Giane disse...

chorei litros! (':
lindo eugênio!vc merece a audiencia que têm aqui(sem ironia) x)

beijos.

.má oliveira. disse...

Oun... que triste! =/

Este lance de escuridão me lembrou o Batman - cavaleiro das trevas.

Eu gosto da escuridão. Ela é misteriosa, e nada é muito real na escuridão quando se trata de estética. Precisamos da luz da lua pra vermos as coisas pela metade. E é aí que está a maior constatação que a escuridão nos traz: tudo aquilo que vemos, percebemos é só a metade. A outra metade, desconhecemos.