Eram 6 horas e quinze minutos da manhã. Marcelo é acordado por seu celular chamando. Não olhou quem ligava, apenas atendeu. Uma voz masculina o chamava para ir ao hospital; sua esposa tinha sofrido um acidente de automóvel enquanto dirigia para o trabalho. Deu um salto da cama. Mal se vestiu. Nem olhou para a cozinha e muito menos pensou em comer. Apanhou os documentos e pegou o outro carro da familia. Saiu em disparada rumo ao hospital que ficava no outro lado da cidade. No caminho viu o carro de sua esposa, destruido. Parou um pouco e ouviu as passoas comentando que era quase impossivel sair vivo de um acidente como aquele. Avistou o enfeite do espelho retrovisor; um coração dado por ele à sua esposa no aniversário de 5 anos de casamento. Apanhou-o e continuou seu caminho ao hospital. Viu casais caminhando na praça e lembrou que não tinha aproveitado o seu tempo com a sua esposa como deveria. A vida era conturbada. Brigas eram frequentes, embora a traição nunca tivesse acontecido.
Ao chegar no seu destino, estacionou o carro na vaga de ambulância. Pouco se importava para multas e guincho. Sua unica preocupação era sua esposa. Chegou aos prantos ao balcão de informações e questionou à atendente sobre "Marina de Castro". Com a resposta de que sua esposa estava passando por cirurgia se abalou mais ainda. Não sabia pra onde iria nem o que faria. Lembrou da importância daquela mulher para a sua vida e dos momentos felizes que compartilharam e agora estava tudo nas mãos de uma pessoa desconhecida. Ficou ali sentado na sala de espera sendo amparado por um enfermeiro que tentava acalma-lo e confortá-lo, de nada adiantava. Ele estava desesparado. Pensava no pior para ambos. Alguns minutos depois, que pareciam horas para ele, o médico responsável aparece por uma porta o procurando para avisá-lo de que sua mulher o esperava no quarto. Correu desengonçado. Tropeçou nos próprios pés enquanto corria. Caiu. Pouco ligou para a vergonha. Estava literalmente descontrolado. Ao entrar no quarto, deparou com sua mulher deitada e com a perna imobilizada. Ao ver seu marido em prantos, desarrumado e perdido, o chamou pelo nome, se declarou e sorriu. Era tudo o que Marcelo queria. Já bastava. Se sentou ao lado de sua esposa e prometeu dali não sair mais.
2 comentários:
Cara, como vc tá escrevendo bem!
Puta orgulho!
Ah, que massa *-* Adorei o texto! Você escrevi muito bem. Gosto de histórias assim... Que terminam com finais felizes :D
Beeijos ;*
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