sexta-feira, 1 de maio de 2009

A magia de um Imponente!


Naquela noite, no meio da aula, algo me incomodava por dentro. Não conseguia ouvir uma palavra do que aquela pessoa à frente dizia. Eu já estava em outro lugar. Em outro ritmo e vibração. Mas resisti e continuei ali ainda incomodado. Antes do final saí correndo. Peguei uma carona e corri pra casa. Ligamos o rádio e não encontramos nada. Durante todo o caminho, ficamos ouvindo uma rádio fajuta mas sem sequer nos preocupar com o que ali dizia. A cabeça ainda permanecia longe. O trajeto foi em silêncio. No máximo alguns desabafos por causa do trânsito. Quis o destino que não chegássemos logo em casa. Passamos antes na casa de um amigo que fazia uma pequena confraternização por ali. Fiquei inquieto. Aquelas pessoas que ali se encontravam notavam meu tamanho desconforto.
Foram alguns minutos de espera e finalmente seguíamos pra casa. Mais uma vez um percurso em silêncio, quebrado apenas pela rádio mal sintonizada. A distância era pequena, uns cinco à dez minutos, mas não para mim. Parecia uma eternidade. Queria pedir para o motorista aumentar a velocidade, pois aquela hora não haveria policiais nas ruas. Ele se recusou, aumentando ainda mais minha ansiedade.
Ao me deixar em casa, apenas agradeci e fechei a porta do carro. Não queria prolongar uma conversa. Estava afoito. Abri o portão e em seguida fechei com pressa. Batendo com força pra certificar de que fechara. A porta já estava aberta, apenas joguei meus pertences em cima do sofá e corri em direção à sala. Ali estava meu irmão com os olhos vidrados na batalha. Mesmo com todos os acontecidos, cheguei em casa antes do final.
Aos poucos, meus olhos também vidravam-se naquela batalha. Por um momento, vi a falta de ofensividade dos guerreiros, pensei que seriam punidos por terem se recuado tanto. Fiquei sabendo que tínhamos um soldado à menos. Me preocupei ainda mais. Chances de acabar de vez com aquela batalha foram sendo desperdiçadas. O inimigo tentava se segurar, até que em um tiro à longa distância, desacreditado por mim, atingiu o alvo. Finalmente. O gol. Êxtase em mim. Êxtase na sala de casa. Uma explosão de alegria nos últimos minutos da batalha. Não me contive e gritei, pouco me importando com os vizinhos. Mas a batalha ainda continuava. O Inimigo tentava bravamente se reerguer. Em vão. Ao soar do apito o êxtase voltou. Alegria. Festa. Já era tarde, mas o sono passava longe.
Em meio ao sentimento de alegria e euforia uma lembrança: A guerra ainda não acabou. Vamos em frente. Agora ainda mais forte. Ainda mais IMPONENTE!

2 comentários:

Lorena Cicari disse...

Antes do final eu já sabia do que se tratava. E, confesso, foi emocionante... até para mim. Coisas que só o futebol é capaz de nos oferecer.

Giane disse...

Quando li:
'Ali estava meu irmão com os olhos vidrados na batalha.'
eu saquei!hahahaha
me conta da betty boop?sã e salva?
beijostchau!