tag:blogger.com,1999:blog-31439256182810923232024-02-07T16:45:25.693-03:00Palavras ao VentoEugenio Bastoshttp://www.blogger.com/profile/04817644856404797033noreply@blogger.comBlogger56125tag:blogger.com,1999:blog-3143925618281092323.post-36676364112987455962010-11-18T23:25:00.004-02:002010-11-18T23:33:57.917-02:00Vista Sua Mais Bela Roupa Quando Vier me BuscarMorte. É estranho começar um texto assim, afinal, a morte é o final; ou seria o inicio? Depende de onde você está olhando. Por que você chora quando <span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_0">alguém</span> morre? A morte pode ser um alivio para aquele que sofre? Depende, também, de onde se observa. Tem gente que morre e você não liga. Tem gente que morre e faz falta a você. Tem vez que você morre e <span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_1">ninguém</span> se importa. Às vezes você renasce e nada muda. Às vezes a morte seria a melhor saída pra você. Às vezes você já esteja morto.Eugenio Bastoshttp://www.blogger.com/profile/04817644856404797033noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3143925618281092323.post-38810204499753341412010-11-06T21:10:00.003-02:002010-11-06T21:14:11.170-02:00RepetiçãoEu não quero saber de você. Não quero saber da seu cabelo e nem das suas roupas. Não quero saber da sua dieta nem do seu corpo. Não quero saber do seu humor e nem de suas paixões. Suas necessidades não me interessam, seu interesses <span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_0">também</span> não. Suas palavras são inúteis, suas crises nervosas são dispensáveis. Não estou aqui por você, às vezes, não sei nem se estou aqui por mim.Eugenio Bastoshttp://www.blogger.com/profile/04817644856404797033noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3143925618281092323.post-62880441115447900042010-10-15T23:47:00.002-03:002010-10-15T23:52:56.054-03:00Por Apenas Um ApoioNão existe mais o que fazer. Tudo já foi dito, escrito e lido. Estamos apenas retornando ao começo. Pra que? Ainda é uma incógnita. Sabemos apenas que recomeçar pode ser um sinal, um sinal de que se reerguer não é tão dificil quanto parece nem tão fácil quanto dizem. É preciso um apoio, uma base que, nesse momento, se encontra longe. Não estou caído tampouco com ânimo de sobra. Estou apenas curtindo um pouco esse momento de sobriedade.Eugenio Bastoshttp://www.blogger.com/profile/04817644856404797033noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3143925618281092323.post-80575465180013258832009-12-31T01:52:00.002-02:002009-12-31T02:03:31.752-02:00Faz parte do meu showNão sei sobre o que escrever. A falta de criatividade me aparece justamente quando isso se demonstra pessoalmente. Sinto falta disso, dessa familiaridade com as palavras. As engulo sem gelo nem limão, com um pouco de pimenta e sal. Sou criticado por isso. Sinto que mudei. As pessoas tambem. Elas pouco tem o poder de julgar, mas sempre as ouço para no final não obedecer nada. Agradeço a esse pessoa ao mesmo tempo que me desculpo com ela. Sei que é para o meu bem, mas faz parte de mim. Parte de mim julgar as pessoas que me julgam, mas sempre peco nas decisões sobre o que pensar. Sempre olho pro lado errado na hora de atravessar. Sempre escolho o canto errado na hora de chutar. Talvez seja esse o caminho. Talvez o caminho fique mais claro com o decorrer da caminhada, enquanto isso ficarei sentado, esperando o gelo derreter para pedir um outro vinho ao garçom.Eugenio Bastoshttp://www.blogger.com/profile/04817644856404797033noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3143925618281092323.post-19177200751284772132009-11-09T23:18:00.004-02:002009-11-09T23:29:36.840-02:00O Vento Noturno do VerãoNaquela noite clara, peguei meu violão velho, mas pouco utilizado e sentei no parapeito da janela, tendo como vista a imensidão do horizonte escuro. Mesmo sem saber tocar, arrisquei algumas notas dispersas que pouco me agradaram. Mesmo com poucas notas, cantei vários versos sem nenhuma lógica, sem nenhum sentido. Ora eram alegres e festivos. Ora tristes e trágicos. Uma variação incontrolável de sentimentos permanecia pairando no ambiente. A brisa leve acalmava os ânimos e tudo aquilo que sentia. Mas, inesperadamente, a brisa virou tormenta. Tudo se complicou. Os versos foram expulsos e, por um momento, eu caí...Eugenio Bastoshttp://www.blogger.com/profile/04817644856404797033noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3143925618281092323.post-55173710773580622572009-10-03T23:27:00.003-03:002009-10-03T23:34:10.180-03:00O Nascer do DiaO dia não te perguntou se podia nascer, ele apenas despertou num instante. Não pediu opinião. Não pediu licença. Mas algo estava diferente. Estava sombrio, frio e chuvoso. Estava irreconhecível. Ninguém gostava de vê-lo assim. Ninguém gostava de viver assim. Estavam esperando notícias boas. Esperavam por um momento de suspiro. Esperavam o dia renascer. Olhavam atentamente para o céu esperando a luz, eu apenas olhei pra frente, e vi você sorrindo, dando início ao verdadeiro nascer do dia.Eugenio Bastoshttp://www.blogger.com/profile/04817644856404797033noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3143925618281092323.post-49314770363464813642009-08-19T17:16:00.003-03:002009-08-19T17:21:50.351-03:00Eu NinguémVai correndo<br />Vai pra longe<br />Volta lentamente<br />Talvez nem volte<br />Talvez nem vá.<br /><br />Ficará em paz<br />Viverá no caos.<br /><br />Passará fome,<br />fome de tudo.<br />Morrerá de sede,<br />sede de vingança.<br />Ficará sozinho,<br />sozinho com suas angústias.<br />Dormirá tranquilo,<br />com um turbilhão de sonhos.Eugenio Bastoshttp://www.blogger.com/profile/04817644856404797033noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3143925618281092323.post-72971578465567221712009-08-12T00:40:00.002-03:002009-08-12T00:50:47.335-03:00Por um atoO carro estava parado. O mundo em volta estava voltado para ele. A lua era um refletor que iluminava a escura noite. O vento soprava sua canção preferida. Nada mais importava. Os problemas ficaram do lado de fora do carro. As angústias em casa. A preocupação enterrada. Decidira se livrar de tudo. Decidira esquecer de tudo e começar denovo, mas querendo repetir tudo outra vez. Estava feliz naquele momento. Tudo que gostava estava ao seu redor. Esquecera-se do tempo, das horas. Estava concentrado como nunca havia estado antes. As horas passavam e continuava a apreciar o cenário. Se negava a sair. Queria permanecer por ali o resto da vida, queria descansar ali. Encostou-se na poltrona do veículo e dormiu. Acordou assustado com a luz do sol e percebeu que em um pequeno ato, perdera tudo que lhe havia de mais importante.Eugenio Bastoshttp://www.blogger.com/profile/04817644856404797033noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3143925618281092323.post-46619722688766527932009-06-29T01:32:00.003-03:002009-06-29T01:57:46.976-03:00Os Olhos de um SertanejoO chão seco e árido contrastava com os olhos lacrimejantes do velho sertanejo ao olhar seu único filho sair de casa à procura de uma vida melhor.<br />"Vá com Deus, meu filho. Mande notícias", falava a mãe ao ver o filho se distanciando.<br />"Fique tranquila, mãe! Em breve vou voltar", dizia o filho virando-se para trás enquanto o pai permanecia calado. Sua vida miserável e sofrida ficaria pelo caminho. A jornada era grande até a cidade grande. Seu pensamento era único enquanto caminhava à passos largos: Vou mudar meu destino! _ Mesmo sem o total apoio de sua família, resolveu abrir suas asas e explorar o mundo. Pobre coitado. Esquecera antes de pedir pra suas pais o ensinarem a voar. Não sabia que a vida lhe seria assim, ainda mais sofrida. Foi obrigado a não enviar notícias à família. Tinha vergonha de contar o seu fracasso. Tinha pena de ver seus pais desapontas por conta do filho. Por outro lado, o velho sertanejo tentava tocar sua roça já sem vida sem a ajuda do filho. Se desdobrava a cada dia mais, mas ao passar do tempo a comida vinha em menor quantidade. Não queria falar, por conta do orgulho, mas o filho lhe fazia mais falta do que pensava.<br />Com o passar dos anos, a vida do jovem desbravador continuou rumo ao fracasso. Não havia mais jeito de permanecer como estava. Era hora de regredir. Voltar ao ponto inicial. Voltar pra junto de sua família de que não se tinha notícias desde sua partida. Não sabia como seria aceito. Não sabia o que esperar. Apenas queria voltar à sua vida normal.<br />Chegando à sua cidadezinha do interior, viu que tudo continuava do mesmo jeito, com excessão da velha pracinha agora reformada. A estrada para sua casa ainda estava em péssimas condições. Aqueles inúmeros quilômentros até seu humilde casa era um misto de angústia, emoção e dor. À cada passo sentia-se mais distante de seu futuro. Caminhava pensando a melhor maneira de contar de seu fracasso para seus pais.<br />A primeira visão que teve da casa era lastimável. A casa humilde estava aos pedaços. A pequena roça de seu pai não existia mais, era apenas mais uma parte do solo rachado do lugar. A porta estava entreaberta, mas não vira nenhum movimento. Entrou chamando por seus pais, mas sem obter respostas. Ficou apreensivo. Foi ao quarto de seus pais e encontrou apenas a velha cama coberta por um fino pano tomado pela poeira. Procurou por alguma coisa e achou uma velha caixinha de madeira em baixo da cama. Ao abrir encontrara apenas um bilhete escrito em papel de pão. Era escrito à mão, com uma caligrafia simples e trêmula. <span style="font-style:italic;">"Meu filho, não sei quando voltará, mas saiba que, aonde eu estiver, estarei sempre olhando pra você. Em qualquer canto estarei sempre contigo. Sua mãe e eu não estamos mais nesta casa, nem estaremos em outra. Durante sua viagem à cidade, a nossa pequena vila enfrentou uma onde de uma doença contagiosa. Não sabemos se seremos poupados da peste. Deus lhe abençoe, meu filho. Fique em paz"</span>Eugenio Bastoshttp://www.blogger.com/profile/04817644856404797033noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3143925618281092323.post-57226317588491453032009-06-05T23:54:00.003-03:002009-06-06T00:01:08.175-03:00!!Não! Você não está mais aqui! Este não é mais o seu lugar!<br />Minha vida em nenhum momento se encontrará mais com a sua! Sua vida pra mim agora é um livro velho na estante! Meus olhos estão focados no horizonte, distante de onde possam encontrar os seus! Minhas mãos estão livres! Meu corpo mais leve! Você era um peso que hoje não mais vou carregar! Estou livre! Livre de você! De mim! Do caos! Da paz! Da multidão e da solidão! A partir de hoje, tudo será passado!Eugenio Bastoshttp://www.blogger.com/profile/04817644856404797033noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3143925618281092323.post-10103465797731627502009-06-05T00:26:00.003-03:002009-06-05T00:34:12.814-03:00Chuva.Ah! A Chuva! Aquela chuva.<br />Pra quem está sentado dentro de sua cara admirando-a não sabe o quão bom é correr em meio à água.<br />Água fria e gélida que combina com o ambiente ao redor. Tudo parado. Ruas vazias.<br />A paz. A solidão. O conforto. Tudo obtido com a água que algumas vezes batia calmamente, outrora era cortante. Fazia sangrar. Sangue misturado à água. Um tonalidade diferente do preto branco habitual da vida cotidiana.Eugenio Bastoshttp://www.blogger.com/profile/04817644856404797033noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3143925618281092323.post-55506914475181196082009-05-24T20:56:00.003-03:002009-05-24T21:04:01.107-03:00Aposta no OpostoAs frases boas, que estão em negrito são de <a href="http://enpalavras.blogspot.com">Giane Castro</a>.<br />A ideia partiu dela, há alguns dias. Gostei. Está aí o resultado.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">Luzes, olhos apostos, ação:</span><br /><br />Escuro, olhar perdido e humor<br /><span style="font-weight:bold;">Uma clareira, com olhos certos, mas apáticos.</span><br /><br />Uma floresta, olhos entreabertos mas alerta<br /><span style="font-weight:bold;">Num campo, de olhos fechados com força, tentando dispersar-se</span><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Na montanha, pensamento turvo, e a vontade de voar..</span><br />Na montanha, cabeça livre com vontade de ficar.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">correndo,sentindo o vento e gritando bem alto!</span><br />sentado, apreciando a chuva e ouvindo o som das folhas<br /><br />Olhos levemente fechados, olhar ligeiramente fixo, mente aberta às experiências<br /><span style="font-weight:bold;">olhos arregalados, lentamente perdidos, mente calada</span><br /><br /><span style="font-weight:bold;">nesse amontoado de cores que brincam, eu posso pintar precisamente um sorriso á monalisa<br /></span>Na simplicidade de um mundo em preto e branco, posso ver sorrisos saindo das faces de inumeros Chaplin's<br /><br />Um sorriso, nenhuma palavra, dois sentimentos distintos<br /><span style="font-weight:bold;">cética, com falas exageradas, sem conhecimento de sentimento algum.</span><br /><br />Um gesto desesperado. Uma atitude precipitada. Não, é melhor não. Indecisão.<br /><span style="font-weight:bold;">Pensei cinco,seis vezes antes de me mover,foi uma atitude calculada. Foi uma boa decisão<br /></span><br />O recuo. A pausa. o pé atrás diante às pedras.<br /><span style="font-weight:bold;">um passo a frente, a pressa, a vontade de prosseguir<br /></span><br />o sorriso irônico. a consciência. a fria sensação de fracasso<br /><span style="font-weight:bold;">um sorriso de contentação, ainda a inconciência do fracasso<br /></span><br />O medo. O frio. a solidão<br /><span style="font-weight:bold;">Calorosa confiança da sua companhia<br /></span><br />Entre cantos alegres e frases feitas.<br />No meio do caos de palavras não ditas<span style="font-weight:bold;"><br />e em sussurros lamentáveis, encontrei lugar,para as palavras escritas.<br /></span>Eugenio Bastoshttp://www.blogger.com/profile/04817644856404797033noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3143925618281092323.post-58610911088161022372009-05-12T00:21:00.005-03:002009-05-12T01:12:34.265-03:00ExistemCaminhar pela cidade pode ser algo surpreendente. Ao sabor do acaso. Levado pelo vento. Uma rota programada. Não importa a forma. É sempre um aprendizado. Aprendizado sobre o cotidiano. Sobre o caos. Sobre as pessoas.<br />Pra onde se anda, encontra-se pessoas das mais diversas formas e com os mais diversos pensamentos. Existem aqueles intelectuais que estão sempre atentos a tudo e que criticam os que não se preocupam com tudo. Existem também os que não se preocupam com tudo e que vivem criticando os que sabem de tudo. Existe aquele que manda no escritório e critica o empregado que não rende o esperado. Existem os empregados que sempre criticam o chefe por achá-lo linha dura e exigente. Existem os apressadinhos do trânsito que reclamam dos que andam apenas na velocidade permitida na avenida mesmo que esta esteja vazia. Em contrapartida existem os motoristas que reclamam dos apressadinhos que só andam acima do permitido. Existem os que curtem rock e detesta os que curtem pagode. Existe pagodeiros que odeiam os rockeiros. Existem os religiosos que insistem em levar as pessoas para a igreja. E existem aquelas pessoas que sempre querem tirar um religioso da igreja. Tem ainda os que falam certinho e que odeiam girias. Mas tem-se os que usam girias e acha "mó perda de tempo falar direito, mano. Existem os caras que sempre se encontram nos botecos e sempre chamam aquele amigo desanimado. Mas existem os amigos desanimados que sempre chamam os amigos botequeiros pra um churrasquinho em casa. Existem aqueles que passam o dia de terno e gravata e vivem se afastando de outros diferentes de si. Existem os que vivem de bermuda e chinelo que vivem querendo se aproximar dos engravatados. Existem fumantes que sempre oferecem um trago ao que não fuma. Tem o que não fuma que sempre incentiva o fumante a parar. Existem os mal humorados que não querem conversar com ninguém. Existem os alegres que sempre querem contagiar os mal humorados. Existem aqueles que compram e que sempre acha o caixa chato. Existem aqueles que vendem e que sempre acham o consumidor pão duro. Aquele que vive a correr atrás de uma mulher. E a mulher que vive a correr de vários homens. Existe o homem que tem todas e acha o que tem uma um fraco. Existe o que tem uma e acham o que tem várias um galinha. Há aqueles que preferem filme e pipoca. Outros preferem futebol e 'tropeirão'. Um prefere arroz e feijão. O outro pizza e coca-cola. Aqueles que tem dinheiro e vivem no luxo. Aqueles que não tem dinheiro e vivem no lixo. Aquele que come todo dia e aquele que não lembra quando comeu. O bonito que ninguém suporta e o chato que tem amigos. Pessoas que se odeiam lado a lado e que se amam à quilómetros de distancia. Aqueles que existem pra viver e aqueles que apenas existem...Eugenio Bastoshttp://www.blogger.com/profile/04817644856404797033noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3143925618281092323.post-54486749560893438522009-05-01T15:56:00.004-03:002009-05-01T16:28:43.998-03:00A magia de um Imponente!<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia3Sv2lHbLoZj_lJ4zr8RgiCKyNxkf6ZD7FBYEjbIfZm_D2nWUc1HEvvD-CQO0uS5X88GfY66G_1JdKNolnS1t27QIf832If_BM8s1Cs4IPNP5JCL-hZ1_-Af8csYooqJSaydtGr1DYtpN/s1600-h/imagem+3.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 173px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia3Sv2lHbLoZj_lJ4zr8RgiCKyNxkf6ZD7FBYEjbIfZm_D2nWUc1HEvvD-CQO0uS5X88GfY66G_1JdKNolnS1t27QIf832If_BM8s1Cs4IPNP5JCL-hZ1_-Af8csYooqJSaydtGr1DYtpN/s200/imagem+3.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5330939652050245442" /></a><br />Naquela noite, no meio da aula, algo me incomodava por dentro. Não conseguia ouvir uma palavra do que aquela pessoa à frente dizia. Eu já estava em outro lugar. Em outro ritmo e vibração. Mas resisti e continuei ali ainda incomodado. Antes do final saí correndo. Peguei uma carona e corri pra casa. Ligamos o rádio e não encontramos nada. Durante todo o caminho, ficamos ouvindo uma rádio fajuta mas sem sequer nos preocupar com o que ali dizia. A cabeça ainda permanecia longe. O trajeto foi em silêncio. No máximo alguns desabafos por causa do trânsito. Quis o destino que não chegássemos logo em casa. Passamos antes na casa de um amigo que fazia uma pequena confraternização por ali. Fiquei inquieto. Aquelas pessoas que ali se encontravam notavam meu tamanho desconforto.<br />Foram alguns minutos de espera e finalmente seguíamos pra casa. Mais uma vez um percurso em silêncio, quebrado apenas pela rádio mal sintonizada. A distância era pequena, uns cinco à dez minutos, mas não para mim. Parecia uma eternidade. Queria pedir para o motorista aumentar a velocidade, pois aquela hora não haveria policiais nas ruas. Ele se recusou, aumentando ainda mais minha ansiedade.<br />Ao me deixar em casa, apenas agradeci e fechei a porta do carro. Não queria prolongar uma conversa. Estava afoito. Abri o portão e em seguida fechei com pressa. Batendo com força pra certificar de que fechara. A porta já estava aberta, apenas joguei meus pertences em cima do sofá e corri em direção à sala. Ali estava meu irmão com os olhos vidrados na batalha. Mesmo com todos os acontecidos, cheguei em casa antes do final. <br />Aos poucos, meus olhos também vidravam-se naquela batalha. Por um momento, vi a falta de ofensividade dos guerreiros, pensei que seriam punidos por terem se recuado tanto. Fiquei sabendo que tínhamos um soldado à menos. Me preocupei ainda mais. Chances de acabar de vez com aquela batalha foram sendo desperdiçadas. O inimigo tentava se segurar, até que em um tiro à longa distância, desacreditado por mim, atingiu o alvo. Finalmente. O gol. Êxtase em mim. Êxtase na sala de casa. Uma explosão de alegria nos últimos minutos da batalha. Não me contive e gritei, pouco me importando com os vizinhos. Mas a batalha ainda continuava. O Inimigo tentava bravamente se reerguer. Em vão. Ao soar do apito o êxtase voltou. Alegria. Festa. Já era tarde, mas o sono passava longe.<br />Em meio ao sentimento de alegria e euforia uma lembrança: A guerra ainda não acabou. Vamos em frente. Agora ainda mais forte. Ainda mais IMPONENTE!Eugenio Bastoshttp://www.blogger.com/profile/04817644856404797033noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3143925618281092323.post-75763436551924745222009-04-25T01:41:00.002-03:002009-04-25T01:53:35.923-03:00Como gelosMais uma vez, a noite lhe fazia companhia. Era fiel e agradável. Dessa vez, além da escuridão e do silêncio, trouxera também um copo de vinho com algumas pedras de gelo. Um vinho barato, encontrado em qualquer super mercado. Bebia mesmo em um copo comum. Achava taças muito formal e um tanto quanto entediante. Enquanto apreciava a noite em um relacionamento franco e sincero, dava leves goles no vinho, sentindo o gosto nada agradável daquele vinho barato. Pôs-se a olha fixamente o vinho em perfeita harmonia com os cubos de gelo. Cada espaço entre os gelos era preenchido cuidadosamente por uma fina camada de vinho. Camada que não deixava aqueles gelos se tocarem em momento algum.<br />A cada gole, reparava a diferença da cor do vinho com o passar do tempo. O gelo derretia e alterava a cor do liquido. Era a única mudança ao seu redor em horas. Os gelos ainda continuavam sem se tocar. A noite ainda é silenciosa. A vida ainda é parada.<br />Gole a gole fui me embriagando com o pensamento longe. Fui me embriagando com alguém que não conhecia. Embriaguez que nos aproximava, mas assim como os gelos, não podíamos nos tocar. Gelos que somos, continuávamos a degustar o vinho para que o mesmo acabasse e os gelos finalmente se encontrassem. Demorou horas até que finalmente todo o vinho tinha se acabado. Mas junto com o vinho, o gelo derreteu antes mesmo de se encontrarem.Eugenio Bastoshttp://www.blogger.com/profile/04817644856404797033noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3143925618281092323.post-27021657701762777192009-04-18T22:53:00.002-03:002009-04-18T23:26:48.984-03:00Doce InocênciaEra pra ser apenas mais uma noite de sábado até receber o convite para ir a uma sorveteria. Num passado recente, eu ia com satisfação, mas por algum motivo dessa vez algo me incomodou antes mesmo de sair pelo portão. Não liguei. Paranóia. Saí sem ligar para aquele mal estar psicológico.<br />Como eu pensava, ao virar a esquina me deparei com uma cena no mínimo estranha: uma menina mal vestida, despenteada, magra, aparentava ter entre cinco e sete anos, sentada com a cabeça entre os joelhos aparentemente chorando em frente à uma casa.<br />Me chamou a atenção de imediato, mas com a frieza à flor da pele, ignorei por algum instante por eu não ter nada a ver com aquilo. Não teve jeito. A consciência bateu rapidamente fazendo com que eu voltasse para conversar um pouco com aquela criança. Já era tarde, quase dez da noite e uma criança sozinha e aos prantos. No caminho de encontro àquela criança imaginei várias coisas para que aquela menina estivesse ali chorando.<br />Imaginei que fosse uma das muitas crianças abandonadas da cidade chorando por um prato de comida. Pensei que fosse não uma criança sem família, mas uma menina com pais violentos que, enquanto discutiam, não viram a filha sair de casa. Eu não conseguia chegar a uma conclusão e não havia forma de saber do que se tratava sem perguntar à própria menina. Como um velho amigo, sentei ao lado dela e fiquei em silêncio por alguns instantes. Ela me olhou, com os olhos cheios de lágrimas estranhando minha atitude. Perguntei o nome dela, ao invés de me responder, ela apenas limpou as lágrimas, engoliu o choro e virou o rosto. Tentei novamente mas já perguntando onde ela morava. Ainda sem falar, ela apenas apontou uma casa humilde há uns quinze metros dali. Questionei sobre seus pais, conseguindo enfim algumas palavras da garotinha. Ela me respondeu que a mãe estava lavando roupas e o pai estava trabalhando. Me aliviei um pouco, mas ainda sim não fiquei menos curioso pelo fato dela estar ali. Chamei-a para ir para casa e, com uma voz chorosa, respondeu que não podia. Que tinha que ficar ali. Não discuti. Permaneci sentado ao lado da menina, mas voltei a ficar em silêncio para que a própria criança tomasse coragem e me contasse. Ela me questionou se não iria continuar andando pra onde eu ía. Eu ri e falei que, naquele momento, eu tinha saído para encontrar algum amigo novo e tinha a achado. Ela sorriu e começou a falar que estava ali justamente por causa de uma amiga. Não entendi e pedi para que ela me contasse melhor. Com uma voz inocente me falou:<br />_Eu vim aqui mais cedo chamar uma amiguinha minha que mora nessa casa, mas ela estava saindo para o hospital e que voltaria às seis horas, mas até agora ela não chegou. Estou preocupada, então sentei aqui para esperar ela chegar e não vou sair até ver minha amiguinha.<br />Naquele momento eu me despedi e me levantei. As lágrimas que antes escorriam pelo rosto da criança, de alguma maneira saltaram para a minha face.Eugenio Bastoshttp://www.blogger.com/profile/04817644856404797033noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3143925618281092323.post-31495485388861211242009-04-14T02:11:00.003-03:002009-04-14T02:32:22.129-03:00A Estrada<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTZHgDyaoSmVTGOi0OrWh3oZD8zw_8o1IjLFnbce8-S_sZOWKf7WSWwvrSH19bhVhcRIOCDWB_twVCf1KZC040_QH9LeFw741xc27S3TNp2xXu57AkWmxUjRrCjfVKg6W2WiYyFbp7LkCd/s1600-h/DSC06467.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTZHgDyaoSmVTGOi0OrWh3oZD8zw_8o1IjLFnbce8-S_sZOWKf7WSWwvrSH19bhVhcRIOCDWB_twVCf1KZC040_QH9LeFw741xc27S3TNp2xXu57AkWmxUjRrCjfVKg6W2WiYyFbp7LkCd/s320/DSC06467.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5324415694508670578" /></a><br />Olhando lá do alto tinha-se a impressão de ser uma simples estrada de terra batida, ora se confundindo com um rio vermelho, ora se assemelhando a uma cicatriz que marcava a paisagem verde. Ao pisar naquela estrada, vi que as primeiras impressões eram absurdas. Aquela estrada era magnífica. A chuva deixara aquela estrada com um vermelho ainda mais intenso, perigoso e convidativo. Eu, moleque e com um espírito aventureiro (embora esse se mantenha escondido na maior parte do tempo), me arrisquei. Comecei a caminha por ali, sem saber que rumo seguir. Não tinha noção de qual seria meu destino. Uma cidadezinha do interior? Uma outra estradinha de chão? Uma rodovia federal movimentada? Era inútil questionar. Decidi apenas segui-la e ver aonde iria me levar.<br />Caminhei horas, que mais pareciam anos, de cabeça baixa. Pessoas passaram e não as dei importância, pois, na minha jornada, era eu e nada mais. Estava isolado do mundo ao meu redor. Num gesto de impulso, levantei minha cabeça e com uma certa curiosidade, tentei visualizar o fim da estrada, que continuava a cicatrizar as montanhas dali. Em vão. Só vi uma intensa neblina que era típica naquele horário. Mais uma vez abaixei minha cabeça e segui, ignorando as pessoas e indeciso sobre o ponto final da caminhada. Quando me cansei, procurei olhar ao redor e admirar onde estava, mas, pro meu espanto, estava de volta ao ponto inicial. Ali sentei em algo que antes já fora um cupinzeiro e hoje é apenas um monte de terra. Me questionei. Sabia que tinha deixado algo importante para trás, embora não soubesse o quê. Ao tentar me lembrar da jornada, só me lembrei da estrada vermelha sob meus pés, que me levara de volta ao início, e das pessoas que ignorei. Talvez essas pessoas soubessem o caminho para onde eu devia seguir. Agora não dá mais ara contar com elas. O jeito é me levantar e continuar a caminhada.Eugenio Bastoshttp://www.blogger.com/profile/04817644856404797033noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3143925618281092323.post-89342856273624284712009-04-07T02:12:00.003-03:002009-04-07T02:27:28.717-03:00EscuridãoEstava frio. A escuridão era companheira. Era fiel e permanente. Era triste. Por ela se ouvia os gritos de socorro dos sentimentos aprisionados. Era surreal com cenas imaginárias. Era inspiradora. Quis ser como ela, mas algo impediu. Ela sempre estaria em todos os lugares e isso eu não poderia fazer. Pela escuridão, pude te notar triste e amedontrada com aquela falta de luz.<br />Enquanto eu adimirava a beleza da escuridão, você chorava por medo da solidão. Enquanto eu via a paz naquele cenário preto, você via o terror. Ia de cada pensamento. O meu e o seu estavam em sintonias distintas. Eu estava em você enquanto você se preocupava apenas com a escuridão. A partir daí, fiz da escuridão uma amiga para me aproximar de você. Não adiantou. Quanto mais eu me aproximava, mais pavor eu via em seus olhos. Eu e a escuridão não éramos bem vindos ali. Notei que a escuridão realmente te assustava.<br />Seu medo era uma dúvida pra mim. Não conseguia entender como algo tão fiel e belo poderia ser tão maléfico para você. Resolvi então me afastar. Errei mais uma vez. A escuridão se mostrou ainda mais assustadora. A atacava com garras invisíveis, porém, cortantes. A machucava e lhe fazia sangrar. Em pouco tempo, essa escuridão lhe venceria. A partir daí, procurei meios de espantar esse seu medo. Tentei de tudo e nada adiantara. Você ainda continuava triste e amedrontada. Foi quando percebi, algum tempo depois, de que realmente precisava. Com um impulso abracei você. A segurei firme. "Não se preocupe. Estou aqui."Eugenio Bastoshttp://www.blogger.com/profile/04817644856404797033noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3143925618281092323.post-63711133534057736842009-04-01T01:25:00.002-03:002009-04-01T01:45:44.094-03:00Vestígios NoturnosA aula era de quimica. Enquanto o professor falava, eu pouco notava as anotações. Minha atenção era desviada para algo diferente. Um espaço paralelo totalmente desligado. Era nítida a total falta de interesse na aula. Meu olhar era fixo para a porta ligeiramente aberta. Me senti preso, acuado. Quis me libertar de algo que não me prendia. Lá fora o mundo me chamava com um sorriso aberto e sincero. Era tentador. O vento se combinava com a chuva fina criando um cenário do mais emocionate filme de romance. Os relâmpagos apareciam para iluminar o que a escuridão tentava, inutilmente, esconder.<br />Era inevitável. Minha mente não estava mais naquela sala de aula. Estava vagando pelo mundo à procura de algo que lhe fizesse bem e que lhe agradaria. Andava em círculos. Inúmeros e viciosos circulos. Viu almas alegres e sorridentes se comunicando com almas tristes e sozinhas, nenhuma delas a atendeu. Anos de procura e finalmente te achei. Como não me dei conta que esteve sempre aqui perto? Minh'alma, perdida e confusa, se encontrou em seu quarto. Vendo você dormindo, aproximou-se sorrateiramente apenas pra dizer ao pé do seu ouvido: "Estarei sempre contigo, aqui, do seu lado!"Eugenio Bastoshttp://www.blogger.com/profile/04817644856404797033noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3143925618281092323.post-64166361774880060802009-03-24T17:05:00.001-03:002009-03-24T17:05:00.634-03:00Amanhã.Não foi apenas o dia que amanheceu frio. Seu coração acompanhou o ritmo e amanheceu gélido. Suas emoções se foram sem que você ao menos percebesse. Resolveu não tomar seu café da manhã com os familiares, com o humor que estava, não se sentia bem junto daquelas pessoas. Voltou para a cama pois sabia que ali era o lugar onde ficava bem. O Calor transmitido pelo cobertor era algo que não encontrava mais em seus amigos. Transformou aquele quarto escuro em seu mundo, infinito e aconchegante. Ali poderia ser quem quisesse sem ter que ouvir comentários sobre suas atitudes. Várias ideias surgiram em sua cabeça. Pensou em ser um policial e acabar com tudo quanto é bandido. Sonhou em ser um político e dar um novo rumo à política. Desejou ser uma celebridade para todos o conhecerem. Mas quando se preparava para ser feliz, que era o que mais queria, adormeceu. Era o fim daquele mundo imaginário de coisas boas e alegres? Talvez não. No outro dia o seu mundo poderia estar de volta, melhor e mais frio.Eugenio Bastoshttp://www.blogger.com/profile/04817644856404797033noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3143925618281092323.post-48169452744971919592009-03-22T03:07:00.004-03:002009-03-22T03:36:06.065-03:00Cartas brancas.Sentado naquela mesa, deu um gole no conhaque e uma olhada nas cartas. Era um jogo bom para quem soubesse jogar. Os outros jogadores eram amigos ou conhecidos. Procurou disfarçar sua expressão alegre pelas cartas que recebera. Estava sozinho no jogo, mas com as cartas na mão esperando para serem usadas da maneira correta. Olhou o jogador ao lado e esboçou um sorriso. Confiando em seu olhar e sorriso, o jogador deixou o jogo. Ele permanecera ali. Sentado e fixo. Isolado daquela multidão que conversava e dava palpites sobre as partidas. Começou apostando alto numa tentativa de intimidar os jogadores restantes. Deu certo. Mais dois deixaram o jogo por conta do alto valor da aposta. Restaram apenas mais dois jogadores. Ambos aumentaram ainda mais o valor depositado ali na mesa. Os valores já superavam seu universo monetário. Aquela quantidade de dinheiro nunca tinha passado por sua mão, o que aumentou ainda mais seu desejo de vitória. Mas ele teria que cobrir a aposta, porém não sobrara nenhum tustão em seus bolsos. Todo seu dinheiro estava ali em cima daquela mesa. Seu salário humilde que mal dava para as despesas do lar estava em cima de uma mesa sendo disputado num jogo de sorte. Como último ato, colocara a chave de sua casa. Estava confiante na vitória. As pessoas ao redor o admiraram. Fizeram dele um rei, aumentando ainda mais seu ego. Um dos dois jogadores desistiu. Achou um absurdo aquele ato. O ultimo adversário estava ali na sua frente. Não tinha mais tempo para nenhum dos dois desistirem. O jogador abriu seu jogo. Um incrível Flush para o delírio dos espectadores e a surpresa do pobre trabalhador. Esboçando um leve sorriso, mostrou o seu jogo e surpreendendo a todos, mostrou um straigh flush que salvara o seu lar e, de alguma maneira, a sua vida.<br />Saiu daquele bar sorridente e alegre. Sabia que já tinha dinheiro suficiente para garantir um mês mais estável na sua casa, mas algo ainda o incomodava. Sem perceber, olhou uma última vez para o bar e viu aquele rapaz de quem ele acabara de ganhar uma nota preta. O rapaz estava incrédulo que perdera com aquele jogo. Buscava alguma explicação em qualquer coisa. O homem sorridente que tinha saído do bar deu lugar a um homem com expressão fechada e corpo paralisado do outro lado da rua. Resolveu voltar e, jogando o dinheiro adquirido na roda de cartas em cima da mesa, abraçou o jogador antes desesperado e agora confuso, e disse com uma voz fria e gélida algumas palavras que chocaram todos ali presentes: "Não posso levar esse dinheiro. Eu trapaceei. Adeus!”.Eugenio Bastoshttp://www.blogger.com/profile/04817644856404797033noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3143925618281092323.post-15997764755357327252009-03-17T15:41:00.002-03:002009-03-17T16:07:22.956-03:00Apenas sorriu!Eram 6 horas e quinze minutos da manhã. Marcelo é acordado por seu celular chamando. Não olhou quem ligava, apenas atendeu. Uma voz masculina o chamava para ir ao hospital; sua esposa tinha sofrido um acidente de automóvel enquanto dirigia para o trabalho. Deu um salto da cama. Mal se vestiu. Nem olhou para a cozinha e muito menos pensou em comer. Apanhou os documentos e pegou o outro carro da familia. Saiu em disparada rumo ao hospital que ficava no outro lado da cidade. No caminho viu o carro de sua esposa, destruido. Parou um pouco e ouviu as passoas comentando que era quase impossivel sair vivo de um acidente como aquele. Avistou o enfeite do espelho retrovisor; um coração dado por ele à sua esposa no aniversário de 5 anos de casamento. Apanhou-o e continuou seu caminho ao hospital. Viu casais caminhando na praça e lembrou que não tinha aproveitado o seu tempo com a sua esposa como deveria. A vida era conturbada. Brigas eram frequentes, embora a traição nunca tivesse acontecido. <br />Ao chegar no seu destino, estacionou o carro na vaga de ambulância. Pouco se importava para multas e guincho. Sua unica preocupação era sua esposa. Chegou aos prantos ao balcão de informações e questionou à atendente sobre "Marina de Castro". Com a resposta de que sua esposa estava passando por cirurgia se abalou mais ainda. Não sabia pra onde iria nem o que faria. Lembrou da importância daquela mulher para a sua vida e dos momentos felizes que compartilharam e agora estava tudo nas mãos de uma pessoa desconhecida. Ficou ali sentado na sala de espera sendo amparado por um enfermeiro que tentava acalma-lo e confortá-lo, de nada adiantava. Ele estava desesparado. Pensava no pior para ambos. Alguns minutos depois, que pareciam horas para ele, o médico responsável aparece por uma porta o procurando para avisá-lo de que sua mulher o esperava no quarto. Correu desengonçado. Tropeçou nos próprios pés enquanto corria. Caiu. Pouco ligou para a vergonha. Estava literalmente descontrolado. Ao entrar no quarto, deparou com sua mulher deitada e com a perna imobilizada. Ao ver seu marido em prantos, desarrumado e perdido, o chamou pelo nome, se declarou e sorriu. Era tudo o que Marcelo queria. Já bastava. Se sentou ao lado de sua esposa e prometeu dali não sair mais.Eugenio Bastoshttp://www.blogger.com/profile/04817644856404797033noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3143925618281092323.post-67919703769223762772009-03-11T15:02:00.004-03:002009-03-11T15:37:16.891-03:00De repente, o fim.Dona Giovana estava ali, na varanda de sua casa, no alto dos seus 75 anos. Por um momento, pensou na sua vida pacata na casa onde morava. Vida que passava longe da sua verdadeira realidade.<br />Com apenas 16 anos e sem ao menos terminar o ensino fundamental, Gio, como era chamada pelos pais, se viu obrigada, diante da situação precária da sua casa, a arrumar um emprego para o sustento dos irmãos e dos pais. Seu primeiro emprego foi totalmente contrário à sua vida. Gio foi ser doméstica em uma casa de um vereador de sua pequena cidade. O patrão morava na parte rica da cidade, diferentemente de Gio, que vivia num dos pontos onde a violência e a prostituição reinavam.<br />Como todos, comelou ganhando pouco, o seu salário mal dava para ajudar a familia e pagar o seu transporte. Gio era uma ótima empregada. Mesmo morando longe, cumpria seu horário e executava as tarefas com uma perfeição ímpar. Vendo o esforço e a dedicação de sua empregada, o vereador Carlos Albuquerque, o Carlão, resolveu esvaziar aquele cômodo velho nos fundos da casa e fazer dele um quarto para Gio ficar durante a semana. Ao receber a noticia, os olhos da ingênua garota brilharam juntamente com a luz da preocupação de deixar os pais sozinhos, mesmo assim, resolveu aceitar a proposta, sabia que iria economizar o dinheiro do ônibus durante a semana e ajudaria mais a casa.<br />Sua patroa, Márcia Albuquerque, era diretora de uma escola pública, ao tomar conhecimento da história da pobre empregada, foi à pepalaria e comprou apenas um caderno brochura simples, um lápis e uma borracha branca. Deixou o pacote junto à porta do cômodo de Gio acompanhado de um bilhete dizendo: "A partir de amanhã, você voltará a ser uma aluna, dessa vez, não irá desistir!"<br />Gio era inteligênte, mas um tanto dispersa. Com 17 anos começou a fazer a oitava série. Com 22 se formou no ensino médio, repetindo o segundo ano por conta da dificuldade com as matérias exatas.<br />Com outro incentivo de seus patrões, resolveu prestar vestibular em uma escola particular. Alegou não ter dinheiro para pagar, mas o vereador se comprometeu em pagar, dando outro voto de confiança para sua empregada.<br />Se convenceu. Gio escolheu o curso de pedagogia. Formou-se com 27 anos. O problema agora era como dar continuidade à carreira. Deixou o emprego de doméstica aos 23 por conta de um casamento com um professor de história alguns anos mais velho. Passaram a morar num bairro de classe média. A vida não era luxuosa, mas não era sofrida como quando tinha 16 anos.<br />Resolveu recordar sua infância, voltando à favela onde morou. Chocou-se ao ver crianças armadas e drogadas pela rua. Sua mente trabalhou. Voltou novamente ao seu ex-patrão, que agora já não era vereador mais e sim o prefeito. Pediu a ele a construção de um sobradinho de dois andares com um amplo espaço interno. Tinha uma ideia em mente. <br />O Trabalho de construção foi rápido. 6 meses apenas. Ao final, com a ajuda de professores amigos de seu marido, conseguiu a doação de alguns livros didáticos de ensino básico. Dava-se início à uma pequena escolinha. A intenção não era ensinar, era apenas retirar as crianças da rua, da droga, do crime.<br />As crianças não botaram fé. As aulas começaram com apenas 8 alunos. Demorou um bom tempo para essa escola crescer. Formaram-se duas, três, quatro turmas. Ali as crianças se divertiam. Ouviam histórias. Brincavam em segurança.<br />Em pouco tempo, a única arma que os meninos empunhavam era um livro ou um gibi.<br />Voltando a si, nos dias atuais. Dona Giovana mais uma vez olhou pra si. Imóvel em uma cadeira. Estava feliz embora não encontrava forças para esboçar o sorriso. Viu a luz do dia pela última vez quando um rapaz entrou em sua casa para roubá-la. Ela apenas olhou aquele rosto e o reconheceu. Aquele homem era o mesmo que se recusava à frequentar a escola dela. O Homem tambem a reconheceu, e por medo de ser denunciado, puxou o gatinho e correu. Aquela senhora, com tantas vitórias, perdeu apenas uma vez. Perdeu justamente para uma criança que ela não conseguira levar para junto de si. Ali, caída no chão, conseguiu finalmente sorrir não conseguindo desfazer o sorriso antes de sucumbir à morte.<br /><br /><br />Texto baseado em "A Continuação de um fim" de Débora Ramos, 13, Ipatinga-MG.Eugenio Bastoshttp://www.blogger.com/profile/04817644856404797033noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3143925618281092323.post-20425614633058927772009-03-09T16:11:00.003-03:002009-03-09T16:21:00.318-03:00O "era uma vez..." chegou ao fimApós um longo período, a criança cresceu. As histórias não começaram mais com um "Era uma vez..." e nem terminavam no fim. O tempo passou e as coisas ainda mudam. Aquele peixinho que você tinha hoje não existe mais. Seu pião favorito está jogado dentro de uma gaveta esquecida. Sua toalha preferida quem sabe virou o pano de chão com o qual você limpa sua casa. Suas cartinhas para quem jurava amor eterno foram queimadas, juntamente com o amor e todo o carinho. Seus sentimentos mudaram, assim como seu corpo. Sua barba cresceu. Seus dentes amarelarem. Seu cabelo clareou. Sua personalidade mudou. A inocência ficou junto com a alegria. O mau humor hoje prevalece junto com sua rigidez. Seus amigos de infância, hoje são seus inimigos no mundo dos negócios. Você deixou de correr, de brincar e sorrir, mas para fazer o que? Pra humilhar, criticar, xingar e ofender. Pensando bem, você cresceu, seu corpo mudou, mas sua mente ainda é a daquele garotinho de 12 anos que jogava futebol nas ruas nuas da cidade.Eugenio Bastoshttp://www.blogger.com/profile/04817644856404797033noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3143925618281092323.post-31307103006956716042009-03-02T00:42:00.003-03:002009-03-02T00:54:14.463-03:00I Stand AloneÉ em momentos assim que se descobre quem realmente é você. Em uma vontade louca de escrever, muitas palavras surgiram, ao vento, sem se encaixarem coerentemente. Senti que faltava alguma coisa. Faltava algo como inspiração. Faltava você ao meu lado. Faltava você distante. Faltava você sorrindo, chorando, gritando, acariciando.<br />Faltavam os carros nas ruas, a lua no céu, a grama nascendo e os pássaros voando.<br />Faltavam as músicas e as risadas certas nas horas mais erradas. Faltava o barulho das fábricas e o silêncio do meu inconsciente.<br />Faltava o tic-tac do relógio, o apagar das lâmpadas e até mesmo o acender delas.<br />Faltou o encontro, o abraço, o carinho e o sorriso. Sobrou o tédio, a chatisse, a monotonia. Enfim, sobrou apenas eu.Eugenio Bastoshttp://www.blogger.com/profile/04817644856404797033noreply@blogger.com0